Por quê?

Fotografia de uma Ialorixá
Fotografia de uma Ialorixá

Este blog foi criado a partir de uma proposta do Professor Marcos Palacios, como um trabalho da disciplina Oficina de comunicação escrita, da Faculdade de Comunicação (Jornalismo), Universidade Federal da Bahia.

Cada trio deveria selecionar uma profissão e desenvolver uma reportagem multimídia, em formato blog, em cima dessa escolha. Além disso, a proposta tem como demanda a explicação do motivo pelo qual a profissão utilizada pode ser considerada “especial”.

Posto este projeto, pensamos e repensamos sobre qual poderia ser a profissão escolhida por nós. Era senso comum no grupo o desejo de decidir por uma atividade diferente, que saísse do óbvio do que é ser considerada especial. Assim, foram descartadas as idéias iniciais de bombeiro ou psiquiatra, com suas respectivas justificativas óbvias – ajudar a salvar vidas ou cuidar dos doentes.

Depois de alguns dias “quebrando a cabeça”, chegamos à profissão definitiva: Babalorixá e Ialorixá (feminino e masculino da profissão). Ou, como é mais comum, pai-de-santo e mãe-de-santo.

Alguns outros nomes, embora menos utilizados, são também Zelador de santo ou Chefe do terreiro. Apesar de os nomes serem muitos, as funções da profissão são as mesmas.

Desconhecida por alguns e estereotipada por muitos, o ofício não é reconhecido ou certificado. O que, a nosso ver, além de não retirar nenhum crédito da atividade, contribui para dar a esta profissão, que já tem uma aura mítica de estranhamento, um caráter especial a mais.

Sendo clandestina durante muito tempo, hoje os Babalorixás podem exercer sua profissão na legalidade. Ou quase, considerando que ainda existe muito preconceito e idéias errôneas e pré-concebidas sobre esta atividade.

Com origens na religião africana do candomblé, geralmente quando fala-se em pai ou mãe-de-santo as primeiras reações são de aversão ou associações à maldade e à magia negra. É, também, para ajudar a esclarecer essa falta de conhecimento a respeito da profissão, que a escolhemos.

Como disse o nosso entrevistado, José Raimundo de Ogum, ser babalorixá é especial porque “a pessoa já nasce babalorixá”! É um potencial que vai ser desenvolvido posteriormente, com dedicação e formação.

Propósitos explicados, navegue pelas páginas do site e conheça a realidade de ser um Babalorixá ou uma Ialorixá!

Muito axé para vocês!

Por Lara Nunes, José Marques e Vitor Villar

1 Responses to Por quê?

  1. Marília Moreira disse:

    Gente, achei muito legal a profissão! O estranhamento e essas reações (muitas vezes, previsíveis) que vão de encontro ao que é proposto pela religião estão tão enraizados em muitas pessoas que às vezes é difícil estabelecer um diálogo esclarecedor. O blog de vocês teve essa pretensão de ratificar a naturalidade da religião e da profissão que são (como muitas outras) manifestações culturais. Obrigada por aumentar o meu ( e o dos demais leitores) background cultural. 🙂

Deixe um comentário